Estácio de Sá realiza Tributo a Ismael Silva
Estácio de Sá realiza Tributo a Ismael Silva
Escola prepara série de eventos em homenagem a seu fundador que completaria 107 anos de vida
A diretoria da vermelha e branca realiza dia 15 de setembro, com início às 10h o Tributo a Ismael Silva, festividade que terá várias atrações musicais, lavagem e enfeite com flores do busto do sambista, exibição de filmes e exposições em homenagem ao fundador da primeira escola de samba do Brasil, a Deixa Falar, agremiação a qual deu origem a Estácio de Sá. O evento marcará os 107 anos de nascimento do compositor e visa dar continuidade ao resgate da memória de Ismael, que é também um dos ícones não só da Estácio de Sá, mas do samba e carnaval brasileiro, sendo o gênero musical mais conhecido e principal fonte de manifestação cultural do país.
A festa acontece no bairro do Estácio, popularmente conhecido como Berço do Samba, local conhecido por abrigar a primeira agremiação carnavalesca a adotar o nome de escola, além de receber os primeiros adeptos e admiradores do gênero, como Cartola e Noel Rosa, entre outros. As atividades serão desenvolvidas na quadra, localizada na Avenida Salvador de Sá, 206/ 208.
O dia festivo será marcado por uma programação extensa e variada, tendo o horário previsto de término para às 18h. O evento será aberto às 10h com a limpeza da praça, onde está o busto de Ismael Silva, pelos componentes da Estácio de Sá, tendo a frente integrantes da velha guarda, sendo acompanhados por componentes da escola de samba mirim Nova Geração do Estácio de Sá (agremiação mirim da Estácio de Sá), que em ato contínuo, enfeitarão com flores o busto do fundador. Já às 10h 30, será servido o café da manhã, preparado pelo Departamento Feminino.
Após as baianas da Estácio de Sá, estarão recepcionando os sambistas e convidados na quadra para a comemoração dos 107 anos de nascimento do compositor. Sucessos compostos por Ismael como “Se você jurar”, “Novo amor” e “Tristezas não pagam dívidas”, entre outros, serão relembrados por grandes artistas. O bolo será partido no palco que terá os dirigentes da agremiação, além do casal de mestre-sala e porta-bandeira, Daniel e Alcione, responsável pelo Pavilhão do Amor, maior símbolo da escola fundada por Ismael. Ao meio dia será servida uma saborosa tripa lombeira, prato predileto do poeta estaciano, sendo acompanhado por sua bebida favorita, batida de maracujá. Às 13h, será exibido um documentário sobre a vida e obra de Ismael Silva, além do filme “Noel, o peta da Vila”.
E como festa de sambista pede música, grupos de pagode estarão relembrando a carreira musical do sambista. A partir das 14h, terá início o Show Tributo a Ismael Silva, que contará com as participações especiais de vários nomes da música popular brasileira, sendo acompanhados pelo Grupo Medalha de Ouro, formado por integrantes da bateria. A tarde-noite festiva será encerrada com a apresentação do grupo show da Estácio de Sá, formado por passistas, baianas, casais de mestre-sala e porta-bandeira, intérpretes e compositores, além da Bateria Medalha de Ouro, comandada por Mestre Chuvisco, relembrando os sambas de quadra e enredo que fazem parte da galeria musical da Estácio de Sá. A entrada será gratuita e a censura é livre.
Confira a programação:
10h – Lavagem da Praça e enfeite de flores ao busto de Ismael Silva
10h30 – Café da manhã, preparado e servido na quadra por integrantes do Departamento Feminino
11h – Recepção na quadra de convidados especiais e sambistas, organizada pelas baianas da Estácio de Sá.
12h – Almoço: será servida uma suculenta tripa lombeira, acompanhada da batida de maracujá (bebida preferida de Ismael Silva)
13h – Exibição do documentário sobre a vida e obra de Ismael Silva e do Filme “Noel, o poeta da Vila”.
14h – Show Tributo a Ismael Silva
Durante toda a tarde e início da noite grandes nomes da musica popular brasileira e do samba carioca passarão pelo palco da Estácio de Sá, para cantar o melhor de Ismael Silva, da Estácio de Sá e do samba carioca. Em seguida entra em cena a Bateria Medalha de Ouro comandada por Mestre Chuvisco, o Intérprete Leandro Santos, o 1º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Daniel e Alcione, Velha-Guarda, Baianas e Passistas.
Sobre Ismael Silva:
Ismael Silva nasceu em 14 de setembro de 1905, em Jurujuba, Niteroi, filho de Benjamim da Silva, era cozinheiro e segundo alguns autores e operário, para outros. Aos três anos, Ismael ficou órfão e na companhia da mãe Emília, que era lavadeira, transferiu-se para o Rio de Janeiro, tendo como primeiro endereço – uma espécie de premonição – o bairro do Estácio de Sá. Mudou-se algumas vezes para outros bairros, mas aos 17 anos estava definitivamente de volta ao Estácio. Trazia na bagagem seu primeiro samba, Já desisti, composto aos 15 anos. Na época começou a freqüentar as rodas de malandragem, convivendo com sambistas com Mano Edgar, Brancura, Mano Rubens, Nílton Bastos e outros. Gostava de ir aos encontros de sambistas no Café Apolo, solidificando amizades que seriam de grande valia no aprendizado. A mesma coisa acontecia em suas idas habituais ao samba dos morros da Mangueira e do Salgueiro.
Em 1925, teve seu primeiro samba gravado, o Me faz carinhos, quando foi registrada apenas a melodia, por um pianista conhecido como Cebola. O prestigio de Ismael como compositor começa a ser comentado e, em 1927, quando se restabelecia de uma enfermidade no hospital da Gamboa, recebe a visita do compositor Bide. Seu amigo trazia uma proposta do cantor Francisco Alves, que pretendia comprar um Samba de Ismael. Da transação resultou a gravação de Me faz carinhos em disco Odeon, aparecendo apenas o nome de Chico como autor.
Em seguida, Francisco Alves repetiu a compra, com Amor de malandro, e o sucesso dos dois discos provocou um contrato (que incluía a parceria de Nilton Bastos), pelo qual Ismael se comprometeu a dar exclusividade de sua produção ao cantor. Esse contrato foi rompido depois, mas do acerto surgiram sambas de sucesso. Nem é bom falar e Não há podem ser apontados como exemplos, além do grande êxito de Se você jurar, de 1931, cantado em dupla por Francisco Alves e Mário Reis. Nessa mesma época, em 1928, Ismael Silva, com seus amigos sambistas do Estácio, fundou a 1ª Escola de Samba do Brasil: a Deixa falar. A Deixa falar desfilou por poucos anos, quando a Escola de Samba se dividiu em outras agremiações do Morro de São Carlos. Ismael já estava integrado no ambiente do samba, conhecia seus meandros e sabia como se movimentar na área. Em 1931 Nilton Bastos morreu vítima de tuberculose e Mano Edgar foi assassinado em uma roda de jogo.
Procurando outros lugares para viver, Ismael se mudou para a Rua Visconde do Rio Branco e iniciou parceria com Noel Rosa. O primeiro samba da dupla, Para me livrar do mal, foi gravado por Francisco Alves, em 1932, e na esteira dele Mário Reis registra Uma jura que fiz. Com Noel, Ismael Silva fez ainda Adeus, Ando cismado e A razão dá-se a quem tem.
Como intérprete, Ismael gravou em 1932 “Escola de malandro”, cantando com Noel Rosa, quando se afastou do meio artístico por largo período. Voltou em 1950 com o samba Antonico, e se firmou, aparecendo no show O Samba Nasce no Coração, da boate Casablanca, no Rio. Em 1960, foi eleito Cidadão Samba. Após novo período afastado, ressurgiu no restaurante Zicartola, em 1964. Fez, em 1965, com Araci de Almeida, no Teatro Opinião, o musical O Samba Pede Passagem, gravado ao vivo. Sua última aparição no palco foi em 1973, no espetáculo Se você Jurar, estreado no Teatro Paiol de Curitiba. Faleceu em 14 de março de 1978, aos 72 anos de idade. Seu corpo foi velado no Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro, e sepultado no Cemitério do Catumbi.
Fonte: www.letras.com.br e Departamento Cultural da Estácio de Sá
Arleson Rezende
-Assessoria de Imprensa / G.R.ES. Estácio de Sá-