Primeiro down a cantar na Sapucaí
Dandan do Samba – Primeiro down a cantar na Sapucaí
Dizem que santo de casa não faz milagre, mas no caso do Dandan e Josemar Manfredini, compositor da Unidos da Tijuca, podemos dizer que o ditado que mais se aplica a dupla é, “filho de peixe, peixinho é.”
Um menino que do alto dos seus 24 anos, portador de síndrome de down, para muitas famílias seria motivo para frustrações e estagnação. Não para à família Manfredini. Cristina e Josemar arregaçaram as mangas e desde então, dão uma criação ao Daniel, mas conhecido no mundo do samba como Dandan, normal possível.
O Samba corre nas veias
Acostumado a desfilar no carnaval e se relacionar muito bem com as escolas de samba. Dandam deu o primeiro grande susto no pai em 2005, quando ele concorria pela Caprichosos de Pilares. Na ocasião, Daniel ainda não muito popular, foi acompanhar de perto um dos ensaios, na época comandado pelo saudoso mestre Louro. Entre tantas conversas e uma distração, Manfredini por alguns segundos se viu sem o filho. “Fiquei desesperado, procurei o menino por toda parte. Até que bateram no meu e disseram: ‘Fique calmo, ele está na bateria tocando tamborim.’ Era mestre louro acalmando o coração de um compositor, confessa Manfredini. A partir daí, Dandan não parou mais.
No dias atuais, o menino é figurinha fácil nos eventos de carnaval, principalmente na quadra da Unidos da Tijuca, escola que o acolheu. As aparições na Caprichosos, Salgueiro, às aulas de tamborim e cavaco o rendeu uma vaga no carro de som da Tijuquinha do Borel e lá permanece até hoje. O convite surgiu através do ex presidente Élcio Paim.
Transitar pelos eventos das escolas de samba, Sapucaí, fotos com as passistas e estar no palco da Unidos da Tijuca é rotina do pequeno sambista, que não nega o ritmo carioca na hora de se referir as passistas da Tijuca, “Elas são maravilhosas, tem como não gostar de tirar fotos com ela? Revela o sambista mirim.
Dandan acompanha de perto a carreira dos intérpretes, sabe todos os gritos de guerra. Todo sábado quando sobe ao palco para participar da disputa de samba-enredo na Unidos da Tijuca junto com a parceria do pai Manfredini, age como um veterano, atuante e observador.
Antes do grito de guerra dos cantores que gravaram o samba, Dandan chama o público, ‘alô Tijuca, meu Borel, vai pura cadência’. Durante a apresentação, assim como os outros compositores, fica com os nervos à flor da pele, oscila entre cantar e comandar a Pura Cadência, de mestre Casão.
Desde 2011 com a ida de Manfredini para à Unidos da Tijuca, o sambista mirim participa atuante nas disputas de samba-enredo. Incapaz de faltar a uma apresentação, ele participa das reuniões de composições, cantarola melodias e até arrisca com alguns ‘pitacos.’
Campeões em 2012 e 2015, Dandan que é participa da parceria 13 da Unidos da Tijuca, espera ser vencedor pela terceira vez na bicolor do Borel, ao lado dos compositores, Fadico, Totonho, Dudu e Sérgio Alan.
A parceria que vem se destacando a cada sábado, concorre com o campeão Dudu Nobre, vencedor em 2016. “Temos um samba com a cara da Unidos da Tijuca, alegre e com uma boa melodia. Acho que acertamos nessa composição, destaca Fadico, que além de compositor é produtor musical da agremiação e Tijucano de coração.
Angélica Zago