Tradição divulga sinopse do enredo “Sabá – soberana da Etiópia, sedutora de Jerusalém”
Tradição divulga sinopse do enredo “Sabá – soberana da Etiópia, sedutora de Jerusalém”
A Tradição, quarta escola a desfilar pela Série B no Carnaval 2018, entregou na última terça, dia 18, aos compositores interessados em participar do concurso de samba-enredo, a sinopse e o regulamento do enredo “Sabá – soberana da Etiópia, sedutora de Jerusalém”, do carnavalesco Leandro Valente.
A presidente Raphaela Nascimento destacou a importância da eliminatória para a escolha do hino oficial. “Ano passado não fizemos eliminatórias mas resolvemos realizar o concurso este ano. Estou há três anos à frente da escola e posso garantir que não existe rolo ou indicação. A seleção será feita com total lisura. Vamos escolher o melhor samba para a parte artística, para a Tradição e para o nosso desfile. Como seremos a quarta escola a desfilar na Intendente, queremos um samba forte e valente, como é o nosso enredo. Iremos premiar com troféus os três primeiros lugares, ou seja, o samba campeão, e também os que ficarão no segundo e terceiro lugares. É uma forma de valorizar os compositores e suas obras. Resolvi fazer a disputa em quatro semanas, sendo que no dia da apresentação poderá haver ou não corte de samba, até porque dependerá do número de obras inscritas. Desejo boa sorte para todos os poetas”, ressaltou.
Antes da apresentação da sinopse, o presidente da ala dos compositores, Lima, e o diretor da ala, Alex Araújo, leram o regulamento e explicaram como será a disputa de samba. Eles comunicaram que no dia 01 de agosto haverá a segunda explanação do enredo na quadra a partir das 20 horas.
Em seguida, foi a vez do carnavalesco Leandro Valente falar do enredo e ler a sinopse para os compositores presentes. “Quero mostrar aqui para todos que independente de crise política, do que está passando na prefeitura da cidade e no Carnaval, que podemos sim fazer samba, porque temos hoje potencial sendo na Sapucaí ou na Intendente, de colocamos na Avenida a nossa maior manifestação artística, cultural e folclórica desse país: o Carnaval. Precisamos muito dos compositores, porque a trilha musical do que vamos contar depende muito de vocês poetas. O grupo dos compositores é a parte que colocamos como a mais importante, já que o desfile começa naquele momento do grito de guerra do intérprete cantando o samba na Avenida. Quando o desfile acaba o samba é o que marca o que aconteceu. Nosso enredo falará de uma das negras mais poderosas da humanidade. Peço a vocês que enalteçam uma África nobre e diferente. Vamos retratar a história dessa mulher poderosa, negra e feminista. Ela se achava soberana e partiu para Jerusalém para conquistar o rei Salomão. Essa nobreza e o gesto heroico dela entregar o filho ao trono africano que eu gostaria de ver retratado no samba. Boa sorte aos compositores”, destacou.
Adriana Vieira
Assessora de Imprensa
G. R. E. S. Tradição
AV Assessoria de Imprensa e Mídias Sociais
Fotos: Adriana Vieira
Sinopse G. R. E. S. Tradição Carnaval 2018
SABÁ: SOBERANA DA ETIÓPIA, SEDUTORA DE JERUSALÉM
A força e a realeza da mulher negra incorporada em uma soberana que a África nunca esqueceu. Foi para a Etiópia que os deuses do continente negro enviaram MAKEDA, a Cleópatra Negra, a tulipa rara, a rainha virgem mais forte e inteligente que a terra mãe de nossos ancestrais já viu.
Sua beleza e inteligência reinaram soberanos na Etiópia dos ancestrais e sua fama chegou aos rincões mais distantes do mundo conhecido. Seus súditos dançaram agradecendo aos espíritos por terem mulher tão divina em seu trono. A fartura reinou em toda a terra governada por seu cetro e a paz pairou como brisa leve e perfumada para todos que se curvaram aos seus pés.
Um enredo inédito, de uma das histórias reais mais fascinantes e pouco conhecidas da Àfrica. E de uma beleza poética e estética incomparável.
Um dia, enquanto reinava, Makeda recebeu a visita de mercadores judeus, que contaram como é a vida muito longe dali, em Judá. Falaram ainda sobre a inteligência do rei Judeu, Salomão. Muito sagaz, a soberana quis saber tudo sobre ele. Encantada com o que ouviu, se apaixonou por aquele Rei que, em sua visão, poderia ser o único homem de sua vida.
Não pensou duas vezes. Deixou a Etiópia em direção a Jerusalém, em comitiva mágica pelas savanas, florestas e desertos, com milhares de pessoas e 800 animais. A viagem durou cerca de um ano, com o encontro com muitas culturas e povos diferentes. Nômades, criminosos, prostitutas, reis, negros, pardos e árabes.
Finalmente, a soberana Makeda entra na cidade Santa, Jerusalém, com toda pompa de uma nobre africana. Ao chegar, é recebida pelo Rei Salomão. Ambos se encantam um com outro, se apaixonam e têm uma noite de amor digna das histórias mais fascinantes do mundo antigo. As mil e uma noites em uma só. Makeda seduz Salomão e toda Jerusalém. Casa-se com ele e, convertida, passa a ser conhecida como RAINHA DE SABÁ. Seu nome e sua fama tomaram conta de toda a Ásia e África e nunca mais foi esquecido. A Torá, o Antigo Testamento, o Novo Testamento, todos eles fazem menção a sua trajetória.
Ciente de que seu povo negro precisava de sua ajuda, MAKEDA, A RAINHA DE SABÁ, mesmo grávida, retornou em pouco tempo para sua terra. Deixou seu amor para traz para cumprir sua função de soberana. Como uma Deusa, olhou para seu povo com misericórdia e o acolheu. Ainda em sua viagem, pouco antes de chegar a sua casa, o reino de Aksun, deu a luz a seu filho com Salomão, o futuro IMPERADOR da Etiópia.
Seu gesto heroico de retorno e de sacrifício pelo seu povo a eternizou como uma das mais corajosas e amorosas rainhas de todos os tempos. No carnaval, MAKEDA é alçada ao trono das mulheres fortes, mostrando o quanto uma mulher pode fazer por seu povo, pelo amor e pela humanidade. Como uma grande rainha, Sabá ergue seu filho e, perante a todos num gesto de generosidade e gratidão, entrega seu filho, o mais novo imperador, nos braços do povo. No carnaval, Sabá descobre os encantos da folia de momo e, acolhida pelas nossas mães dos sambas e pelo amor do verdadeiro sambista, entrega seu nobre filho nos braços da nossa comunidade. Com as bênçãos do Condor, o berço africano se transporta para Campinho, Oswaldo Cruz e Madureira. O reino Aksun ganha cores do nosso pavilhão e, de azul e branco, essa linda e emocionante história cai nos braços da nossa amada Tradição.
Carnavalesco Leandro Valente