União do Parque Curicica já tem enredo para o carnaval de 2018
O G.R.E.S. União do parque Curicica, voltando com a temática lúcida e irreverente, que são marcas da escola, apresenta o enredo para o carnaval de 2018, com o titulo “O REINO ESTÁ NU!” que será desenvolvido pelo carnavalesco Marcus Ferreira
– Atendendo a um pedido da Presidência, trouxe um enredo com a irreverência da escola, e o mesmo é inspirado em obras literárias infantis, que sintetiza nos plebeus a verdadeira força de um Reino. Clama em paralelo, pelos trabalhadores do carnaval, os trabalhadores das coxias, verdadeiros reis e rainhas da maior ópera popular. Disse o Carnavalesco Marcus Ferreira
O G.R.E.S. União do Parque Curicica será a décima segunda escola a desfila, na Terça Feira de Carnaval pela Série B, dia 12/02/2018, na passarela popular da Intendente Magalhães.
MARCIO ZUMA
ASCOM G.R.E.S. União do Parque Curicica
SINOPSE
´´Não é ouro nem nunca foi,
A coroa que o Rei usou,
É de lata barata,
E olhe lá… Borocochô! …“
(Marchinha – A Coroa do Rei – Haroldo Lobo, David Nasser, Odeon)
1 – O Reino está nu!
Ao alto, a visão do poder perpetuado nas flâmulas: a Coroa, símbolo do
respeito maior. Dentro, um Castelo infestado por roedores e usurpadores
peçonhentos. Tetos desenhados por teias, castiçais sustentam velas gastas. A
visão do abandono e da sujeira escondida por debaixo do tapete. Descaso real
de uma irreal Monarquia em crise. Nos corredores, a zombaria da Rainha Má e
de seus Vice-Reis falidos ecoa. Repletos da soberba vivida de glórias
passadas, por um Reino para o qual nada fazem.
2 – Os verdadeiros Plebeus.
Nos porões a arte para um grande carnaval. O ferro velho enverga no sentido
alegórico. A madeira em desuso molda o cenário. Esculturas esquecidas
ganham nova vida, enfeitando salões. De pequenos pedaços de trapos, faço as
vestes. Belas fantasias alfinetadas em ateliês repletos de empenho e suor,
onde artistas, moradores das coxias, pintam e bordam. Pedras gastas ganham
o brilho necessário na finalização de adereços. Capas de veludo, esquecidas,
viram tapetes para o desfile dos Monarcas ´´falsos-bacanas“.
Somos prisioneiros da ansiedade e do tempo. Fiz-me pedinte de porta em
porta, de Reino em Reino: de tesouras e colas. Dos meus dízimos, por vezes,
custeei tantos relicários. Nas goteiras, amparei água de beber para muitos
artesãos. Zelei pela fome de muitos, em inúmeras noites de longas angústias.
Bati o pó dos candelabros. Guardei a sujeira nas estranhezas. Preparei os
salões para receber o ilustre baile de máscaras.
3 – As aparências enganam…
Após oito derrotas em árduas batalhas, o Reino, enfim, comemora a sua vitória
´´na guerra“. Fogos de artifício riscam os céus. Candelabros são acesos,
cavaleiros empunham cornetas. O castelo se enche de vida. Músicos
(audaciosos) soam os primeiros acordes; dançarinos (ou passistas) ensaiam
passos de minueto; o banquete é servido. ´´Quem paga, senta-se a mesa!“ –
Ordena a Rainha. Nos salões o desfruto da falsa-fidalguia. Nos bastidores, o
corre-corre dos Plebeus. Exaustos, os verdadeiros reis e rainhas do maior
espetáculo. Baile entregue. Barriga cheia, ´´pé no mundo“.
´´Cortem as cabeças!“ – Ordena a Rainha.
4 – E segue o baile…
Minha alegria não emana com a mesma graça de sempre. A maquiagem
escorrida revela o cansaço. Sujos, os sapatos cheios de graxa. O lamê não
brilha como em tempos de outrora. As gravatas de bico não dispõem da
mesma armação. Guizos enferrujam. Luvas gastas cobrem mãos calejadas de
trabalho. O sorriso se esconde. A máscara se perde. Meus dízimos não foram
pagos.
Deposto: O Bobo da Corte.
Para todos artistas, viventes do amor à arte de fazer carnaval.
Marcus Ferreira
Carnavalesco
Henrique Pessoa
Revisão Textual