Dez anos de Estrada
Com dez anos de estrada e com uma carreira voltada para o humor, Julyanna Barbosa começou a cantar em bailes funk quando o único homossexual que subia aos palcos era a saudosa Lacraia, dançarima de Mc Serginho.
Ela afirma que se descobriu como homossexual com 4 anos. “eu cheguei na escola e vi que meu uniforme era diferente. eu queria saber por que não podia ter o cabelo grande, usar fita, meia três quartos e saia de pregas”
a música ajudou na transição pois naquele tempo ela ainda tinha formas masculinas e ra professor de lamberóbica em Queimados na Baixada Fluminense. sua trajetória começou a mudar quando ganhou espaço no programa de rádio de uma amiga.
Após pedir permissão aos pais para se expor e, consequentemente, acabar revelando sua sexualidade para toda vizinhança no programa de rádio, Julyanna começou mais e mais ganhar espaço usando o pseudônimo de Garota X. ao longo do tempo passou a compor versões com a visão gay de sucessos consagrados. Logo, começou a serem pedidas pelos ouvintes.
Mas a Garota X saiu do armário definitivamente quando em uma apresentação em um pagode, ela decidiu cantar, um DJ de uma das mais conceituadas equipe de funk do Rio de Janeiro ouviu e percebeu que ali estaria um suposto sucesso.
a transição para as formas femininas que possui atualmente aconteceu diante do público. “Quando eu comecei a cantar, minha aparência era masculina ainda, porque eu não tinha certeza de que ia dar certo. Era um menino com maria chiquinhas, com umas roupas engraçadas. a Garota X era um personagem que eu colocava só no palco. as pessoas começaram a me reconhecer nas ruas, mesmo trajada com roupas masculinas. então resolvi tirar a Garota X do armário e comecei a fazer uso de hormônios e tudo foi acontecendo gradativamente ja ia cantando de calça modelo capri até me modificar de vez e roupas de colegial que ra meu sonho de infância”.
Julyanna afirma que a presença de gays nos bailes funk passou a ser mais comum quando eles começaram a se enxergar no palco nas figuras dela e de sua amiga Lacraia lançada pelo padrinho Mc Serginho. em todas as apresentações faz questão de passar mensagens contra a homofobia e prevenção as Infecções sexualmente Transmissíveis e Aids.
quando veio a época das mulheres frutas mais uma vez apelando para o humor que sempre foi comum em suas letras, ela criou a personagem Mulher Banana, uma sátira as mulheres frutas e onde foi seu amadurecimento mais sensual. a música com versos como:” Não tem mulher melancia, mulher jaca ou moranguinho/Sou a mulher banana sou mais o meu popozinho’. Acabou por atingir um publico inesperado, o das crianças, e ganhou algumas versões de fãs no Youtube.
Para Julyanna a música é um meio de inclusão em um país recordista em homicídios de pessoas que, como elas, nasceram de um sexo, mas se identificaram com outro.
Segundo a rede Transgender Europe, o Brasil foi onde mais se matou transgêneros num ranking de 33 países. Entre 1º de outubro de 2015 e 30 de setembro de 2016, foram mortos 295, a maioria (123) no Brasil.
Embora o crime de discriminação sexual não seja tipificado no país, o serviço Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos, registrou 23 denúncias de homicídios de trans entre junho e outubro de 2016. Entre março e agosto de 2017, o número mais que quadruplicou, chegando a 109.
Este salto se deve, segundo a secretaria, ao aumento das denúncias, o que indicaria que os trans estão erguendo sua voz, como as retratadas a seguir.
Ultimamente teve um triste episódio com o fã clube de Pablo Vittar pois ela falou para não compara-la a ele pois são ritmos diferentes e ela é trans e ele não. Seu Instagram foi bombardeado com ofensas e palavras de baixo calão e afirma que não tem nada contra ele e o admira pelo sucesso e luta.
E logo logo o seu clipe novo de duas musicas que ja estão no forno”Arrocha da X” e “Babando” , aguardem.
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Neno Ferreira
Presidente da ONG AGANIM DIREITOS HUMANOS
Diretor do Conselho Comunitário de Segurança
Representante do Comitê Técnico Nacional de Saúde LGBT
Colunista do jornal de Hoje “Diversão e Lazer”
Colunista da Revista Barra Legal
Colunista do Jornal nos Bairros
TEL: 21-965298991/26978803