Silvio Tendler, referência da cinematografia brasileira, é homenageado na Mostra Ecofalante

SILVIO TENDLER É HOMENAGEADO NA 8ª MOSTRA ECOFALANTE DE CINEMA

** estreia nacional de “O Fio da Meada”, novo documentário do diretor

** de 30/05 a 12/06 com entrada gratuita

Referência da cinematografia brasileira, o carioca Silvio Tendler é o grande homenageado da 8ª Mostra Ecofalante, que acontece de 29/05 (sessão de abertura para convidados) e de 30/05 a 12/06, com entrada gratuita em São Paulo. O cineasta, que estará presente na mostra, é conhecido por abordar em seus filmes personalidades como os ex-presidentes João Goulart e Juscelino Kubitschek, o cineasta Glauber Rocha e Milton Santos, considerado como um dos maiores geógrafos do mundo. Nascido em 1950, Tendler já produziu e dirigiu mais de 80 títulos, entre longas, médias e curtas-metragens, além de séries televisivas. A mostra exibe onze de suas mais marcantes obras.

A programação inclui “Dedo na Ferida” (Brasil, 2017, 91 min), grande vencedor da 7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental na categoria ‘Longas’ da Competição Latino-Americana. O filme trata do fim do estado de bem-estar social e da interrupção dos sonhos de uma vida melhor para todos em um cenário onde a lógica homicida do capital financeiro inviabiliza qualquer alternativa de justiça social.

O diretor assina duas das maiores bilheterias do cinema documental brasileiro de todos os tempos, presentes na programação. Tendo alcançado 800 mil espectadores nas salas comerciais, “Os Anos JK – Uma Trajetória Política” (Brasil, 1980, 110 min) retrata a eleição de Juscelino Kubitschek, o nascimento de Brasília e o golpe militar. Já “Jango” (Brasil, 1984, 114 min) refaz a trajetória política de João Goulart, o 24° presidente brasileiro, que foi deposto por um golpe militar nas primeiras horas de 1º de abril de 1964. A obra chegou a impressionante marca de um milhão de espectadores.

O filme “O Fio da Meada” (Brasil, 2019, 77 min) estreia no festival. Aqui, acompanhamos a luta de povos tradicionais brasileiros contra a urbanização opressora, denunciando a violência no campo e nas comunidades tradicionais. No filme, caiçaras, quilombolas e indígenas lutam para sobreviver e para tentar impedir que suas reservas naturais sejam destruídas pelo processo de urbanização.

“O Veneno Está na Mesa” (Brasil, 2011, 50 min) retrata como o Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no planeta, com 5,2 litros por ano por habitante. Muitos desses herbicidas, fungicidas e pesticidas que consumimos estão proibidos em quase todo mundo pelo risco que representam à saúde pública. Após impactar o Brasil mostrando as perversas consequências do uso de agrotóxicos, sua continuação, “O Veneno Está na Mesa 2” (Brasil, 2014, 70 min), apresenta uma nova perspectiva, em que atualiza e avança na abordagem do atual modelo agrícola nacional e de suas consequências para a saúde pública. O filme apresenta experiências agroecológicas empreendidas, com alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis, que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores. Por sua vez, “Agricultura Tamanho Família” (Brasil, 2014, 58 min) focaliza como no Brasil, dos quase cinco milhões de estabelecimentos rurais, 4,5 milhões correspondem a iniciativas de agricultura familiar, que se utilizam de estratégias de produção em pleno acordo com o meio ambiente, produzindo a maior parte dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. Ao lado de “O Veneno Está na Mesa” e “O Veneno Está na Mesa 2”, este filme forma a “Trilogia da Terra” do diretor Silvio Tendler.

Quando o mundo estava pautado pelo pensamento único da globalização, o professor Milton Santos foi a voz discordante denunciando as perversidades do que chamou de “globaritarismo”, sistema econômico que provoca a concentração de riqueza entre os ricos e que distribui mais pobreza para os desfavorecidos. O longa-metragem “Encontro com Milton Santos ou O Mundo Global Visto do Lado de Cá” (Brasil, 2006, 90 min) apresenta a última entrevista do geógrafo, na qual ele traça um painel das desigualdades entre o Norte rico e o mundo do Sul saqueado, apresentando alternativas e um prognóstico otimista sobre o futuro da humanidade.

Documentário sobre a vida e a morte de Glauber Rocha, o polêmico cineasta baiano que revolucionou o cinema, “Glauber o Filme, Labirinto do Brasil” (Brasil, 2003, 97 min) traz imagens do seu enterro, depoimentos recentes de quem acompanhou sua trajetória, seu pensamento e idéias, explodem na tela num filme-tributo à memória de um artista que idealizava um cinema independente e libertário. O filme integrou a competição oficial do Festival de Cannes.

Finalmente, “Utopia e Barbárie” (Brasil, 2009, 120 min) é um road movie que passa pela Itália, EUA, Brasil, Vietnã, Cuba, Uruguai, Chile, entre outros, documentando lugares e protagonistas da história, a fim de reconstruir uma narrativa do mundo a partir da Segunda Guerra Mundial. Mas tão importante quanto os temas retratados é o olhar do autor, que se constrói à medida em que o filme vai acontecendo, de maneira a dar voz a diferentes personagens, independentemente de suas orientações político-partidárias, com o objetivo de chegar a um rico painel de nossa época.

A programação da 8ª Mostra Ecofalante de Cinema ainda traz um ciclo sobre as utopias e o cinema militante pós-68 (com obras assinadas por grande diretores do cinema), o Panorama Internacional Contemporâneo, a Sessão Infantil e o 2º Seminário de Cinema e Educação, além dos novos programas Mostra Brasil Manifesto e Realidade Virtual.

As atividades da Mostra Ecofalante de Cinema podem ser acessadas através dos seguintes links:

facebook.com/mostraecofalante

twitter.com/MostraEco

instagram.com/mostraecofanlate

www.ecofalante.org.br

Serviço

8ª Mostra Ecofalante de Cinema

de 30/05 a 12/06

Abertura: 29/05

www.ecofalante.org.br

Atendimento à Imprensa:

ATTi Comunicação e Ideias – Eliz Ferreira e Valéria Blanco

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