Acadêmicos do Cubango – Thiago Brito 10 anos como intérprete
Completando uma década como intérprete, Thiago Brito estreia na Cubango em 2019
O rosto de menino não deixa mentir. Thiago Brito é um dos intérpretes mais novos entre os que passarão na Marquês de Sapucaí em 2019. Os 30 anos de idade, porém, não representam pouca experiência. Afinal de contas, no próximo carnaval, o talentoso cantor completará dez anos como intérprete oficial da folia carioca. A história começou em 2010, na Caprichosos de Pilares, e terá a sua primeira década fechada com a Acadêmicos do Cubango, última escola a entrar na Avenida, pela Série A, no sábado de carnaval.
– Será uma honra muito grande celebrar essa data estreando por uma escola tão especial como a Cubango. Já estamos trabalhando em prol do desfile. Fico muito feliz em chegar aqui num momento de restruturação. A escola já fez um grande carnaval e está no caminho para ser campeã. Tomara que a gente consiga a consagração. Já venci a Série A uma vez em uma escola que passava por um momento bem parecido. Quero criar uma identidade com a Cubango como eu fiz na Caprichosos. Lá foram cinco anos. Aqui quero subir pro Grupo Especial e renovar – afirma Thiago Brito.
A primeira apresentação de Thiago Brito para a comunidade cubanguense aconteceu no último domingo, durante a festa de apresentação de sambas concorrentes para 2019. O intérprete impressionou pela desenvoltura ao cantar os históricos sambas da verde e branca de Niterói. Apresentou um carro de som bem entrosado e familiaridade com as composições da casa.
– A Cubango tem muitos sambas bons. Foquei o trabalho em cima do que a direção me passou e vamos caminhando. Já conhecia vários sambas da escola e foi fácil. Peguei rápido e estou conhecendo alguns outros que eu não conhecia. Tô criando algumas coisas diferentes para dar mais o meu estilo a esses grandes sambas – contou.
Perguntado sobre o seu melhor ano nos nove em que passou na Marquês de Sapucaí como intérprete oficial, ele teve certa dificuldade em responder. Disse que cada apresentação teve a sua importância e particularidade, mas não esquece uma em especial.
– Todo ano é como se fosse o primeiro. Em 2010 foi muito bacana por se tratar de uma reedição e eu ter ganho todos os prêmios de revelação carnaval. Em 2011 a escola caiu, mas tinha um grande samba. Em 2012 fui campeão com a Inocentes e em 2013 foi a estreia no Grupo Especial novamente com a Inocentes. Em 2014 fiz um bom desfile com a Caprichosos cantando a Lapa e em 2015 ganhei o Sambanet. Em 2016 ganhei o troféu Jorge Lafond. Em 2017 tive a honra de cantar na Estácio, em um desfile muito bacana, e em 2018 passei com um sambão pela Unidos de Bangu. Graças a Deus sou muito grato por todos esses anos e os amigos que me ajudaram. Destacaria 2014, que foi um divisor de águas pra mim, foi de fato o desfile da minha vida e onde até criei o grito de guerra da ”escola da minha vida”. A Caprichosos queria a minha volta, fui recebido mesmo como um filho por todos.
Já sobre a safra de sambas-enredo, o profissional comemorou o fato de ter ótimas opções para estrear pela Acadêmicos do Cubango. Em sua opinião, das nove obras que voltam ao palco do ”Santuário do Samba” na próxima sexta-feira, a partir das 22h, pelo menos três têm totais condições de passar na Avenida em 2019.
– Eu já esperava esse nível. Aqui as disputas são sempre muito boas e o enredo é a cara da escola. O componente se identifica com esse tipo de tema na Cubango e isso é muito importante para o desfile. Só nos resta torcer para que a diretoria nos dê um grande hino. Tô aqui pra cantar o que eles escolherem.
Antes de chegar à Cubango, Thiago Brito foi primeiro intérprete da Caprichosos de Pilares em 2010, 2011, 2014, 2015 e 2016. Cantou dois anos na Inocentes de Belford Roxo (2012 e 2013), passou pela Estácio de Sá em 2017 e Unidos de Bangu em 2018. No carnaval paulistano, defendeu a Camisa Verde e Branco em 2017, e foi um dos cantores oficiais do carnaval brasileiro em San Luis, na Argentina, de 2013 a 2015. Como cantor de apoio passou por Unidos da Tijuca, Portela e Salgueiro.
Ganhou o Sambanet como revelação em 2010 e como melhor intérprete em 2015. Ainda em 2010, também foi a revelação do carnaval para o troféu Jorge Lafond e para o Estrela do Carnaval. Voltou a ganhar o Jorge Lafond em 2016, desta vez como melhor intérprete, e ganhou o troféu Samba Rio em 2012, pela Inocentes de Belford Roxo.
Fotos: Felipe Araujo
Rodrigo Coutinho
Assessor de Imprensa