CONHEÇA O ENREDO DA UNIDOS PARA O CARNAVAL 2015

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O G.R.E.S. UNIDOS DE PADRE MIGUEL lançou ontem, 5a feira, dia 10/7 em uma quadra repleta de compositores e segmentos da escola o seu Enredo do Carnavalesco EDSON PEREIRA para o Carnaval 2015.

Mais uma vez, o Carnavalesco Edson Pereira traz um Enredo autoral para a UNIDOS e promete que o desfile da Escola em 2015 “Será uma grande homenagem ao grande povo do Nordeste Brasileiro”.

Enredo UNIDOS 2015 (Sinopse e descritivo) para o conhecimento e apreciação de todos!

 

SINOPSE DO ENREDO “O CAVALEIRO ARMORIAL MANDACARIZA O CARNAVAL”.

 

Prezados compositores,

a ideia desse anexo, entregue junto com a sinopse do enredo, é possibilitar o oferecimento de informações claras a respeito do tema que será desenvolvido. Assim, ao lado da pesquisa a ser desenvolvida pelos compositores, as linhas principais desejadas pelo carnavalesco estarão preservadas, possibilitando inclusive uma criação mais segura e precisa para aqueles que apresentarão no futuro seus sambas enredo. A riqueza de informação e coerência do samba enredo é um elemento principal para que o trabalho plástico tome vida e possa ser compreendido pelos jurados e pelo público.

A ideia central do enredo é a vida e a obra de Ariano Suassuna, escritor nordestino e grande defensor da cultura brasileira. Como é teatrólogo e escreve diversas peças de teatro o enredo está apresentado como se fosse o roteiro de uma peça de teatro (daí a divisão em quatro atos). Mas o enredo não quer simplesmente contar a vida de Ariano Suassuna. A intenção é visitar a cultura do nordeste tendo como “pretexto” a vida de Ariano Suassuna, que é um de seus grandes representantes. No fundo, a ideia é demonstrar como em um lugar tão difícil como o sertão nascem pessoas fantásticas capazes de vencer tudo e capazes de ser amigas umas das outras e também de produzir arte e alegria. Assim, defendemos que o ser humano é capaz de vencer os lugares e as batalhas da vida, no mundo inteiro, e vencer com alegria e amor.

Por isso o enredo cria e usa a palavra “mandacarizar”. O mandacaru é o cacto que nasce no nordeste em condições muito difíceis, mas ainda assim, produz uma flor linda que é símbolo da vitória sobre as dificuldades do sertão. A flor dura uma só noite, mas, em nosso enredo, Ariano Suassuna, vencendo todos os males, vai conseguir que ele dure pra sempre, simbolizando a vitória do ser humano sobre todos os males.

O importante é perceber que Ariano é grande defensor da cultura brasileira e se declara como um dos protetores da cultura nacional.

Cada parte do enredo pretende demonstrar:

1º Ato: O Sonho de vencer a Besta.

Ariano Suassuna, em sua infância, tem contato com o circo e o palhaço Gregório, que visitam sua cidade. Também tem contato com o teatro de mamulengo, de passagem em sua cidade, com o boneco Benedito. Se apaixona desde criança pelo circo e a vida inteira declara que sua vontade é ser palhaço. Nesse primeiro setor, a ideia é a de que as artes se revoltaram contra as mazelas do sertão e resolveram convocar um cavaleiro para brigar contra o mal, representado pelo “diabo”. O diabo aqui é o diabo dos cordéis nordestinos, como na obra de Ariano “O auto da compadecida”, que é uma das referências centrais do enredo.

O que então conta esse setor: os primeiros anos da vida do cavaleiro que enfrentará o diabo mais a frente e que se chama Ariano Suassuna. É ele o cavaleiro armorial. A arte armorial é a arte de cordel e do nordeste.

Para facilitar, já de início, apresentamos uma biografia da vida e obra de Ariano Suassuna:

Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB), aos 16 de junho de 1927, filho de Cássia Vilar e João Suassuna. No ano seguinte, seu pai deixa o governo da Paraíba e a família passa a morar no Sertão, na Fazenda Acauã, em Aparecida, Paraíba.Com a Revolução de 1930, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral. A partir de 1942 passou a viver no Recife, onde terminou, em 1945, os estudos secundários no Ginásio Pernambucano, no Colégio Americano Batista e no Colégio Osvaldo Cruz. No ano seguinte iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu Hermilo Borba Filho. E, junto com ele, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Os Homens de Barro foi montada no ano seguinte. Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”. Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. No ano seguinte foi encenada a sua peça O Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela Cia. Sérgio Cardoso, e O Santo e a Porca; em 1958, foi encenada a sua peça O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna; em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de Teatro. Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na UFPE. Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Aposenta-se como professor em 1994. Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPE (1969). Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970, em Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado em Recife, em 18 de outubro de 1970, com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial” e com uma exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998).

 

Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificados por ele de “romance armorial-popular brasileiro”. Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte, onde ocorre a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município. Membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2000). Em 2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes produziu um documentário intitulado O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna, dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar. Ariano Suassuna, durante evento pró-equidade de gênero e diversidade, em Brasília, 2007. Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo no carnaval carioca na escola de samba Império Serrano; em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde no carnaval paulista. Em 2013 sua mais famosa obra, o Auto da Compadecida será o tema da escola de samba Pérola Negra em São Paulo. Em 2006, foi concedido título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Ceará, mas que veio a ser entregue apenas em 10 de junho de 2010, às vésperas de completar 83 anos. “Podia até parecer que não queria receber a honraria, mas era problemas de agenda”, afirmou Ariano, referindo-se ao tempo entre a concessão e o recebimento do título. Ariano Suassuna é um torcedor fanático do Sport Club do Recife.

Estudos

Em 1942, ainda adolescente, Ariano Suassuna muda-se para cidade do Recife, no vizinho estado de Pernambuco, onde passou a residir definitivamente. Estudou o antigo ensino ginasial no renomado Colégio Americano Batista, e o antigo colegial (ensino médio), no tradicionalíssimo Ginásio Pernambucano e, posteriormente, no Colégio Oswaldo Cruz. Posteriormente, Ariano Suassuna concluiu seu estudo superior em Direito (1950), na célebre Faculdade de Direito do Recife, e em Filosofia (1964). De formação calvinista e posteriormente agnóstico, converteu-se ao catolicismo, o que viria a marcar definitivamente a sua obra. Ariano Suassuna estreou seus dons literários precocemente no dia 7 de outubro de 1945, quando o seu poema “Noturno” foi publicado em destaque no Jornal do Commercio do Recife.

Advocacia e teatro

Na Faculdade de Direito do Recife, conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma mulher vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as harpas de Sião (ou O desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Seguiram-se Auto de João da Cruz, de 1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena, o aclamado Auto da Compadecida, de 1955, O Santo e a Porca – O Casamento Suspeitoso, de 1957, A Pena e a Lei, de 1959, A Farsa da Boa Preguiça, de 1960, e A Caseira e a Catarina, de 1961.

 

Entre 1951 e 1952, volta a Sousa, para curar-se de uma doença pulmonar. Lá escreveu e montou Torturas de um coração. Em seguida, retorna a Recife, onde, até 1956, dedica-se à advocacia e ao teatro. Em 1955, Auto da Compadecida o projetou em todo o país. Em 1962, o crítico teatral Sábato Magaldi diria que a peça é “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”. Sua obra mais conhecida, já foi montada exaustivamente por grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão e para o cinema. Em 1956, afasta-se da advocacia e se torna professor de Estética da Universidade Federal de Pernambuco, onde se aposentaria em 1994. Em 1976, defende sua tese de livre-docência, intitulada “A Onça castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a cultura brasileira”. Ariano acredita que: “Você pode escrever sem erros ortográficos, mas ainda escrevendo com uma linguagem coloquial.”

Movimento Armorial

Para maiores informações acesse o artigo completo sobre o Movimento Armorial.

Ariano foi o idealizador do Movimento Armorial, que tem como objetivo criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Tal movimento procura orientar para esse fim todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, entre outras expressões. Obras de Ariano Suassuna já foram traduzidas para inglês, francês, espanhol, alemão, holandês, italiano e polonês.

Academia Pernambucana de Letras

Em 1993, foi eleito para a cadeira 18 da Academia Pernambucana de Letras, cujo patrono é o escritor Afonso Olindense.

Academia Brasileira de Letras

Desde 1990, ocupa a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o barão de Santo Ângelo.

Academia Paraibana de Letras

Assumiu a cadeira 35 na Academia Paraibana de Letras em 9 de outubro de 2000, cujo patrono é Raul Campelo Machado, sendo recepcionado pelo acadêmico Joacil de Brito Pereira.

 

Obras selecionadas

Uma mulher vestida de Sol, (1947); Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa, (1948); Os homens de barro, (1949); Auto de João da Cruz, (1950); Torturas de um coração, (1951); O arco desolado, (1952); O castigo da soberba, (1953); O Rico Avarento, (1954); Auto da Compadecida, (1955); O casamento suspeitoso, (1957); O santo e a porca, (1957); O homem da vaca e o poder da fortuna, (1958); A pena e a lei, (1959); Farsa da boa preguiça, (1960); A Caseira e a Catarina, (1962); As conchambranças de Quaderna, (1987); Fernando e Isaura, (1956)”inédito até 1994″. A História de amor de Fernando e Isaura, (1956); O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, (1971); História d’O Rei Degolado nas caatingas do sertão /Ao sol da Onça Caetana, (1976); Defesa contra a teoria da evolução.;O pasto incendiado, (1945-1970); Ode, (1955); Sonetos com mote alheio, (1980); Sonetos de Albano Cervonegro, (1985); Poemas (antologia), (1999).

 

2º Ato:A reação do Capeta.

O “segundo ato” pretende mostrar duas coisas: 1. A vida dura do sertão e todas as suas mazelas; 2. A parte ruim da infância de Ariano Suassuna, que é o momento que marca sua a sua vida: o assassinato de seu pai, por razões políticas.

Neste setor, vamos passar a mensagem de que o “diabo” provoca e espalha suas maldades. E isso acontece com as secas que castigam o sertão, com as perseguições e as intrigas da vida. Este setor vai demonstrar as dificuldades do sertanejo e a difícil história do sertanejo e desse momento particular e fundamental da vida de Ariano que é a morte de seu pai.

3º Ato: A confabulação e a  Batalha do Mandacaru.

Neste setor, a ideia é mostrar como Ariano conviveu com os artistas do nordeste e como leu diversos livros clássicos em seu quarto até se tornar o grande artista que é. A ideia é brincar que nesse tempo o artista estava se preparando para vencer o “diabo” e suas maldades, e que todos nesse tempo o ajudaram a se preparar. Aqui, o setor mostrará que apesar de tudo o ser humano e essa gente nordestina, que é como camaleão, sempre pode vencer as adversidades e declarar guerra contra todos os males. Nosso artista e sua obra são prova disso: esse setor indica que Ariano e sua obra compram a birga com o “capeta” e espalham a beleza e a poesia pelo mundo, vencendo todos os “sertões”. Não há só o sertão do Brasil. Existem outros lugares do mundo que também são sertões, mas o ser humano é capaz de vencer todos os males e Ariano é o nosso cavaleiro contra o mal.

4º Ato: O Cavaleiro Armorial, sob as bênçãos da compadecida, mandacariza o Carnaval.

Esse ato final é apoteótico. Após vencer com sua arte os males da vida, Ariano, grande defensor da cultura nacional, consegue as bênçãos da virgem “compadecida, como no final de sua obra “O auto da compadecida”, para triunfar sobre todos os males do ser humano e transformar o carnaval em uma festa sem fim. Ariano consegue, para espanto de seus personagens sertanejos, que a virgem faça com que a flor do mandacaru, que só dura um dia, dure para sempre e que não exista mais quarta-feira de cinzas.

A ideia é de que o autor e sua obra se mantem para sempre como um espaço de alegria e felicidade, sobre as bênçãos da virgem e de Deus. O autor vence, com sua criatividade, todos os males, e agora, com sua obra, permite que seja para sempre carnaval. Como Ariano diz que nunca vai morrer, o Carnaval também não acabará mais e ocorrerá a “mandacarização do mundo”, isso é, a beleza e o bem estarão espalhados por todos os lugares do mundo e não existirão mais os males que afligem a humanidade. E a Unidos comemora justo isso: A vitória do Cavaleiro sobre os males da humanidade e a festa da cultura brasileira como a festa do povo que sabe respeitar as diversidades e viver feliz apesar das dificuldades.

Estas são as informações que, oferecidas, visam contribuir com a construção dos sambas candidatos e servir como ponto de partida para a elaboração de pesquisas ainda mais aprofundadas que podem e devem vir a ser desenvolvidas de modo a dar consistência e qualidade de informação ao samba enredo.

Desejamos boa sorte a todos, sendo certo que a Unidos deeja escolher aquele samba que possa apresentar a melhor qualidade de informação e clareza aliadas a uma vibrante e bonita melodia.

 

Sucesso a todos,

 

Edson Pereira.

 

Gilberto leal
Marketing/Assessoria de Imprensa
G.R.E.S. UNIDOS DE PADRE MIGUEL

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