Dia da Consciência Negra
Tamiris Rodrigues
A comemoração ao Dia da Consciência Negra lembrada ontem, marcou o dia com uma série de eventos por toda a cidade do Rio. A festa teve início no sábado às 23h com show de Arlindo Cruz no Campo da Ordem, na Vila Cruzeiro, na Penha. Já ontem as comemorações aconteceram na Praça XI, no Centro, com apresentações de capoeira, afoxé, black music, teatro, grupos de samba, e para animar o dia teve a presença das escolas de samba de Vila Isabel, Unidos da Tijuca e União da Ilha.
A Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, também foi palco para a comemoração, que contou com show do cantor e compositor Seu Jorge Caetano Veloso e Alexandre Pires. Outro show que marcou o dia foi o da cantora Sandra de Sá realizado na quadra do Cacique de Ramos, em Olaria.
Segundo o secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, a data recorda o valor do povo africano.
“O Dia da Consciência Negra nos lembra a importância do povo africano e seus descendentes para a história do nosso País. É também um momento de comemoração pelas lutas vencidas e de mobilização em torno do que ainda temos que fazer em prol da igualdade racial.”
Em 9 de janeiro de 2003, foi aprovada a lei número 10.639, onde estabelecia a comemoração do dia 20 de novembro, como ‘Dia da Consciência Negra’, pois, foi o dia em Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, morreu.
História de Zumbi
Zumbi, representou a luta do negro contra a escravidão, no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também uma forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.
A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram, durante a história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos do Brasil.
Com o objetivo de combater a desigualdade e a discriminação racial nos atendimentos em saúde, a Secretaria de Saúde promove hoje na Vila Cruzeiro, na Penha, o seminário “Consciência Negra é Saúde: Racismo é Doença”.
A intenção é sensibilizar gestores e profissionais da área. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, cerca de 80% dos atendimentos e internações de negros no Brasil se concentram no SUS. Entre as mulheres que nunca fizeram exame de mama, 28,7% são brancas, enquanto 46,3% são negras.