Espetáculo “3 Maneiras de Tocar no Assunto” faz circulação nas zonas oeste e norte do Rio

Governo do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Fundação Anita

Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro, Teatro Mário Lago, Teatro Armando Gonzaga,

Teatro Arthur Azevedo e Fulminante Produções apresentam:

Espetáculo “3 Maneiras de Tocar no Assunto” faz circulação nas zonas oeste e norte do Rio

O trabalho visa debater o tema homofobia na sociedade contemporânea e configura uma ação de protesto contra os estigmas da intolerância social

Um tema, três solos curtos. O espetáculo “3 Maneiras de Tocar no Assunto” é um manifesto artístico contra a homofobia na sociedade moderna. Com dramaturgia e atuação de Leonardo Netto e direção de Fabiano Dadado de Freitas, a peça que está nos palcos desde 2019, abrirá a sua nova temporada com uma estreia gratuita no Teatro Mário Lago, na Vila Kennedy. A agenda de apresentações seguirá aos finais de semana entre novembro e dezembro no Teatro Arthur Azevedo (Campo Grande) e no Teatro Armando Gonzaga (Marechal Hermes), onde também serão realizadas edições da oficina “O Ator Transgressor”, ministrada pelo diretor do espetáculo. O projeto faz parte do Edital de Circulação Teatral 2022 da FUNARJ, assim como os espaços onde acontecerão as intervenções artísticas.

Interpretados por Leonardo Netto, os três solos independentes colocam em pauta questões relacionadas à homossexualidade, ao preconceito contra o homossexual e a comunidade LGBT em geral. Os textos fazem uma interlocução direta com o público: o que há, afinal, de tão incômodo, maléfico e repugnante na homossexualidade? Por que, através dos tempos, ela teve sempre de ser punida? Por que a orientação sexual de uma pessoa a transformar num cidadão de segunda classe, com menos direitos que o resto da população?

  • Homofobia mata todo mundo: o pai que teve a orelha arrancada por beijar o filho, os irmãos que foram linchados por andarem abraçados. Não adianta achar que você está livre porque você não é gay. Estamos vivendo um retrocesso de entendimento sobre isso, um conservadorismo estúpido. A população LGBT no Brasil está alijada de quase setenta direitos previstos na Constituição”, ressalta o autor, que abordou o tema por três instâncias distintas: a Escola, a Lei e o Estado.

Premiações conquistadas

A volta de “3 Maneiras de Tocar no Assunto” para o público carioca é impulsionado pelo comprometimento dos artistas com a urgência do tema e do momento histórico que o Brasil e o mundo atravessam, já que é uma contundente resistência cênica contra toda a intolerância. Em 2019, o espetáculo foi montado sem qualquer fonte de patrocínio ou apoio institucional. Mesmo assim, foi vencedor do 7º Prêmio Cesgranrio (Melhor Texto Nacional Inédito, Ator e Categoria Especial, pela direção de movimento de Marcia Rubin) e do 14º Prêmio APTR-RJ (Melhor Autor e Iluminação), Prêmio Botequim Cultural (Melhor Texto) e Prêmio Cenym de Teatro Nacional (Melhor Monólogo), acumulando quase 20 indicações a premiações neste segmento artístico.

Para dirigir a montagem, Leonardo convidou o ator, dramaturgo e diretor Fabiano Dadado de Freitas, um artista-pesquisador da cena LGBTQIA+. A montagem marcou o primeiro encontro dos dois artistas. Netto revela sua admiração pelo diretor, ele afirma que, “sempre quis trabalhar com o Dadado. Vi ‘O Homossexual ou a dificuldade de se expressar’, ‘Balé ralé’ e achei espetacular. Achava que ele teria o olhar perfeito para essa peça.” Já o diretor fala sobre o casamento da proposta do espetáculo com sua trajetória de estudos. “Pesquiso e estudo esse personagem que é a bicha e sua identidade negligenciada. Essa peça fala a partir desse lugar. Quando li o texto, pensei: é parte da minha pesquisa”.

A construção do diálogo

No primeiro solo, O homem de uniforme escolar, o público assiste a uma aula de bullying homofóbico: o que é, como praticar e quais as suas consequências físicas e emocionais? São histórias reais de crianças e jovens que sofreram com o preconceito e a intolerância na escola.

Na sequência, O homem com a pedra na mão parte do depoimento ficcional de um dos participantes da Revolta de Stonewall, ocorrida em junho de 1969 em Nova York, um marco fundamental da luta pelos direitos da comunidade LGBT, que completou 50 anos em 2019. Uma descrição minuciosa da noite em que os frequentadores (gays, lésbicas, travestis, drag queens) do bar Stonewall Inn reagiram, pela primeira vez, a mais uma batida policial no local.

O último solo, O homem no Congresso Nacional, foi construído a partir de falas e pronunciamentos do ex-deputado federal Jean Wyllys, proferidos entre janeiro de 2011 e dezembro de 2018. Para criar o texto, Leonardo assistiu e transcreveu discursos, falas, entrevistas e declarações do parlamentar e, cuidadosamente, criou o depoimento de um deputado gay e ativista na tribuna da Câmara.

SERVIÇO: 3 Maneiras de Tocar no Assunto

Classificação – 14 anos – 80min. Drama

**Teatro Mário Lago (Vila Kennedy)

Data/hora: 19 de novembro – às 18h

Ingresso: apresentação gratuita

Endereço: R. Jaime Redondo, 2 – Vila Kennedy – Bangu, Rio de Janeiro

**Teatro Arthur Azevedo (Campo Grande)

Data/hora: 25, 26 e 27 de novembro – sexta e sábado às 20h, domingo às 19h

Ingresso: 5,00 inteira e 2,50 meia

Endereço: R. Vítor Alves, 454 – Campo Grande, Rio de Janeiro

**Teatro Armando Gonzaga (Marechal Hermes)

Data/hora: 02, 03 e 04 de dezembro – sexta e sábado às 20h, domingo às 19h

Ingresso: 5,00 inteira e 2,50 meia

Endereço: Av. Gen. Osvaldo Cordeiro de Farias, 511 – Marechal Hermes, Rio de Janeiro

Oficinas gratuitas com processo seletivo 20 vagas

Tema: O Ator Transgressor (com Fabiano Dadado de Freitas)

Teatro Arthur Azevedo (Campo Grande) – 26 de novembro – sábado, das 14h às 18h

Teatro Armando Gonzaga (Marechal Hermes) – 03 de dezembro – sábado, das 14h às 18h

Ingressos para as apresentações e inscrições para as oficinas: https://linktr.ee/3maneirasteatro

FICHA TÉCNICA

Texto e Atuação: Leonardo Netto

Direção: Fabiano Dadado de Freitas

Direção de Movimento: Marcia Rubin

Iluminação: Renato Machado

Figurino: Luíza Fardin

Cenário: Elsa Romero

Visagismo: Marcio Mello

Trilha Sonora: Rodrigo Marçal e Leonardo Netto

Fotos: Dalton Valerio

Design Gráfico: Lê Mascarenhas

Mídias Sociais: Ronny Werneck

Assessoria de Imprensa: Alessandra Costa

Direção de Produção: Luísa Barros

Produção Executiva: Anne Mohamad

Realização: Fulminante Produções Culturais

Leonardo Netto

É ator, diretor e dramaturgo. Formou-se pela Casa das Artes de Laranjeiras (CAL) e estudou Teoria do Teatro na UNIRIO. Estreou profissionalmente em 1989 na montagem de “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, de Oduvaldo Vianna Filho, dirigida por Amir Haddad. Integrou por três anos o Centro de Demolição e Construção do Espetáculo, companhia dirigida por Aderbal Freire-Filho. Trabalhou com diretores presentes no teatro carioca, como Gilberto Gawronski, Ana Kfouri, Jefferson Miranda, João Falcão, Luiz Arthur Nunes, Enrique Diaz, Celso Nunes e Christiane Jatahy.

Seus trabalhos mais recentes incluem “Conselho de classe” (direção de Bel Garcia e Susana Ribeiro), “A Santa Joana dos matadouros” (direção de Marina Vianna e Diogo Liberano) e “Entonces bailemos” (direção de Martín Flores Cárdenas).

Em TV, atuou nas novelas “Bang-Bang”e “Paraíso tropical”, em episódios das séries “Força-tarefa”, “As canalhas”, “Questão de família” e “O caçador”. Integrou o elenco dos seriados “A garota da moto”, “Magnífica 70”, “Me chama de Bruna” e a minissérie “Assédio”, da Rede Globo. Na sétima arte deixou sua marca no longa, “Em nome da lei”, de Sérgio Rezende.

Dirigiu os espetáculos “A guerra conjugal”, de Dalton Trevisan; “Cozinha e dependências” e “Um dia como os outros”, ambos de Agnes Jaoui e Jean-Pierre Bacri; “O bom canário”, de Zacharias Helm; “Para os que estão em casa” e “A ordem natural das coisas”; sendo estes dois últimos de sua autoria e indicados a vários prêmios de melhor texto. “A ordem natural das coisas” recebeu o Prêmio Cesgranrio em janeiro deste ano. Em 2019, dirigiu “Um dia a menos”, com a atriz Ana Beatriz Nogueira.

Fabiano Dadado de Freitas

É diretor de teatro, ator e dramaturgo. Mestre em Artes pela UERJ, pesquisa performance, política, encenação e a presença de corpos dissidentes na cena contemporânea, além de ser um especialista na obra de Copi. Diretor artístico de Teatro de Extremos, cia que completou 15 anos de trabalho, continuado durante a pandemia.

Em 2015, montou “O homossexual ou a dificuldade de se expressar”, que recebeu 13 indicações aos Prêmios Shell, Cesgranrio, APTR e Questão de Crítica. Já em 2017, a cia estreou o “Balé ralé”, que conquistou o então, prêmio Questão de Crítica. Também com Teatro de Extremos dirigiu os espetáculos “Feriado de mim mesmo” (2011), “As engrenagens” (2010), “Queda” (2009 e 2014), “Ataraxia” (2006) e a performance “O destino da humanidade”.

Realizou residências artísticas na África do Sul e na Holanda, e com este último país manteve intenso intercâmbio em vários projetos, dentre eles o “BR_NL Drama” que traduziu dramaturgos inéditos nos dois países (2012). Em 2016, começa a colaborar com o Núcleo de Dramaturgia do SESI no Rio, dirigindo 17 leituras dramatizadas e a montagem do texto ‘E de repente uma ossada de baleia emergiu na cidade’. Também colaborou com o projeto SESC Dramaturgias, do Departamento Nacional do SESC (Goiás, Mato Grosso do Sul, Amapá, Roraima, Bahia e Rio Grande do Norte).

Sobre a Oficina “O ATOR TRANSGRESSOR”:

É uma oficina prática voltada para exercícios teatrais, composições de cena, relações criativas com a escrita dramatúrgica, leitura e ação em torno do texto teatral. Um processo de mergulho para atores, bailarinos, performers e outros profissionais e estudantes da cena, interessados no contato imediato e intenso com algumas dramaturgias contemporâneas. O processo de criação a partir do conceito do ator-transgressor funciona como um dispositivo para o treinamento do ator interessado nas transgressões da linguagem, que revelam uma cena autoral bastante potente, calcada no corpo como uma presença indispensável. A partir do contato com algumas cenas escolhidas a partir da ideia da presença do corpo dissidente em cena, a oficina parte de uma ideia de vertigem a partir da palavra e pode ser boa influência para artistas comprometidos com um teatro do tempo-presente.

Fotos:Dalton Valério

Angélica Zago
Assessoria de imprensa

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