Feira das Yabás recebe neste domingo o Jongo da Serrinha

Feira das Yabas – Marquinhos Oswaldo Cruz Medley

Foto:

Davy Alexandrinsky

Feira das Yabás recebe neste domingo o Jongo da Serrinha

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Evento será em homenagem ao Dia Estadual do Jongo que é comemorado no dia 26 deste mês

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Neste domingo, dia 10 de julho, a partir das 13h, na Praça Paulo da Portela, em Oswaldo Cruz, tem mais uma edição da Feira das Yabás. O convidado deste mês é o Jongo da Serrinha. O evento será em ao Dia Estadual do Jongo que é comemorado no dia 26 deste mês.

A roda de samba do cantor Marquinhos de Oswaldo Cruz promete agitar o publico presente com muito samba de raiz e sucessos que marcaram época na musica popular brasileira. A festa tem patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura.

Grandes nomes da MPB, como Dona Ivone Lara, Leandro Sapucahy, Almir Guineto, Jongo da Serrinha, Guinga entre outros, já se apresentaram na feira, que acontece todo segundo domingo do mês.

Jongo da Serrinha:

O fim da escravidão não acabou com as injustiças praticadas contra os negros. Os ex-escravos e seus descendentes não receberam um pedaço de terra para continuar trabalhando na agricultura. Assim, foram obrigados a migrar para a cidade do Rio de Janeiro, então capital do país, em busca de melhores oportunidades. No início do século, o Rio de Janeiro já sofria com a especulação imobiliária. As obras de demolição do centro colonial da cidade, empreendidas pela nova política de “embelezamento” à moda francesa e “sanitarização”, expulsaram a população pobre dali para o alto dos morros, até então desabitados devido ao difícil acesso, inaugurando uma nova forma de moradia: as favelas.

A chegada dessa população do Vale do Rio Paraíba fez com que o Rio de Janeiro se tornasse a região do Brasil com maior concentração de jongueiros. Apesar da mudança para a cidade, essas famílias negras continuaram a dançar o jongo em seus novos redutos como os morros de São Carlos, Salgueiro, Mangueira, e, sobretudo na Serrinha. Assim, graças à memória desses antigos jongueiros, foi possível reviver o passado das fazendas.Por volta de 1930, devido ao estreito contato com a vida urbana, aos novos modismos e à morte dos jongueiros idosos, o jongo foi aos poucos desaparecendo dos morros cariocas. No entanto, a Serrinha, localizada na periferia, isolada da parte central da cidade, como se fosse uma “roça” afastada, pôde preservar a cultura afro-brasileira tradicional.

A vida dos moradores desse morro do subúrbio de Madureira continuou bem parecida com a dos tempos das fazendas. As cachoeiras, os bambuzais, os animais selvagens, as casas de pau-a-pique, o candeeiro e o ferro a brasa continuaram a fazer parte do dia-a-dia. O espírito festivo dos moradores e a consciência da importância de se preservar a cultura negra foram fundamentais para a formação desse núcleo de famílias-artistas. As ladainhas, os blocos de carnaval, os pastoris, as casas de umbanda, o samba de partido-alto, o calango e o jongo da Serrinha ficaram famosos, atraindo a visita de intelectuais, políticos e artistas do outro lado da cidade para suas rodas de samba, festejos, umbandas e candomblés.

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Seus moradores lideraram movimentos negros e de luta popular, como a fundação do primeiro sindicato do Brasil, o do Cais da Estiva, onde muitos deles trabalhavam e a fundação das primeiras escolas de samba.A partir da década de 60, muitos velhos jongueiros da Serrinha foram morrendo e, mesmo naquela comunidade, as rodas de jongo começaram a se extinguir. Preocupados com isso, Mestre Darcy Monteiro e sua família convidaram as antigas jongueiras Vovó Teresa, Djanira, Tia Maria da Grota e Tia Eulália para formar o grupo artístico Jongo da Serrinha e quebraram o tabu que impedia as crianças de participarem do jongo.

Além de uma boa música, o público ainda pode aproveitar para experimentar a culinária típica dos subúrbios cariocas e pratos de origem africana nas 16 barracas que participam do evento sob o comando das matriarcas das famílias mais importantes e tradicionais da região de Oswaldo Cruz: uma grande cozinha a céu aberto. Entre as muitas opções estão o mocotó e o aipim com carne secada Tia Surica, baluarte da Velha Guarda da Portela. A refeição mais concorrida é a rabada com batata da Dona Neném, a mais velha das tias, com 87 anos, que também prepara rabada, angu e bolinho de abóbora recheado com carne-seca. Neide Santana serve feijoada de camarão, angu à baiana e feijão amigo. Já na barraca da Jane Carla é vendido cozido de peixe. A barraqueira Romana vai de carré com couve à mineira, jabá e caldinhos de mocotó, feijão e ervilha. Bobó de camarão é o prato da Jussara, e Selma Candeia, filha do sambista Candeia, oferece abóbora com carne seca. A combinação de peixe frito, molho de camarão, pirão e arroz fica sob a responsabilidade da Tia Nira. Já Tia Edith apresenta macarrão com carne assada, enquanto Vera Caju mostra o seu cozido, camarão frito e caldo de abóbora. Rose serve a deliciosa galinha com quiabo, e Jane Pereira mostra o jiló frito, além de caldos e canjas. Rosângela Maria leva a tripa lombeira e o bolinho de bacalhau para Feira, e Marlene apresenta roupa velha e feijoada. E se você ainda não estiver satisfeito, pode experimentar a vaca atolada, a carne com aipim e o bolinho da Tia Natércia e da Sueli. Para arrematar, a barraqueira Vera de Jesus prepara doces deliciosos. Os preços das refeições ficam em torno de R$ 18,00.

Sobre a Feira das Yabás:

A primeira edição da Feira das Yabás aconteceu em 2008, por iniciativa de Marquinhos de Oswaldo Cruz, que depois de recriar o Trem do Samba e a feijoada da Portela, resolveu cantar seus sambas na quadra da Portelinha, regado a macarrão com carne assada. Nascia, assim, a primeira edição da Feira, que hoje reúne milhares de visitantes de todas as regiões do Rio.

Serviço:

Feira das Yabás – Gastronomia e Roda de Samba
Homenagem ao Dia Estadual do Jongo
Marquinhos de Oswaldo Cruz o Jongo da Serrinha
Quando: Domingo, 10 de Julho de 2016.
Hora: a partir das 13h
Local: Praça Paulo Portela, Oswaldo Cruz – Rio de Janeiro
Evento gratuito


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