O Ritmo Solidário ecoa na Sapucaí

O Ritmo Solidário ecoa na Sapucaí

O Ritmo Solidário é uma ação social que toca o coração dos sambistas amenizando os impactos desta pandemia. A cada edição legitima a identificação, a parceria e principalmente o sentimento de ser uma comunidade. Nesta cadência, a passarela do samba carioca, a Marquês de Sapucaí recebeu mais uma vez o espetáculo de união, organização e engajamento na luta contra as dificuldades enfreSapucaintadas no momento atual pelo povo que vive do carnaval.

A dinâmica propõe uma reflexão sobre a importância de ajudar o próximo, dar assistência aos companheiros de jornada. O Ritmo Solidário constrói de forma coletiva uma estrutura consciente de acolhimento e reciprocidade a cada sambista beneficiado por esta iniciativa.

“Se Deus quiser, tudo vai passar, as ações vão continuar”, afirmou China do Estácio, idealizador da campanha que vem mobilizando mestres de bateria de várias agremiações com o objetivo de arrecadar mantimentos (alimentos, produtos de limpeza e higiene) para ajudar seus integrantes que estão em situação vulnerável.

O projeto completou um ano, sua implementação e a relevância de suas atividades despertaram a atenção de diversos setores da sociedade. Conquistou a adesão da Prefeitura do Rio de Janeiro, da Presidente da Riotur Daniele Maia, da Subprefeitura do Centro, Ação da Cidadania e a Secretaria Especial da Juventude Carioca que está a frente da campanha Rio Contra a Fome, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Secretaria Especial de Ação Comunitária (SEAC). Assim, o Ritmo Solidário pôde intensificar sua atuação para atender e colaborar com maior número de profissionais da economia criativa do carnaval.

Selminha Sorriso, porta-bandeira da Beija-flor de Nilópolis, foi uma das personalidades do samba que se fez presente no Setor 10 da Apoteose, neste domingo, 02 de maio de 2021, para participar da distribuição das cestas básicas. “É um momento muito difícil, muito delicado, de muitas incertezas, mas a pandemia também nos trouxe descobertas que antes não, conhecíamos. A nossa união muito mais forte, a solidariedade do sambista, muito mais presente, a empatia foi posta em prática desde o começo da pandemia e a primeira ação entre os sambistas foi o Ritmo Solidário”.  A defensora do pavilhão da Deusa da Passarela ainda recordou sua atuação como apresentadora das Lives do projeto e mostrou-se esperançosa pela eficácia dos objetivos já alcançados.

A realidade é que a generosidade desta ação representa muito mais do que amparo, esta colaboração mútua ressignifica a experiência de viver como unidade no mundo do carnaval, compartilhando, auxiliando e contribuindo efetivamente para a preservação da dignidade dos profissionais, artistas e artesãos, e neste caso dos músicos/ritmistas das agremiações.

Mestre Manoel Dionísio, com seu toque de elegância e sabedoria incentivou aos que estão carentes de recursos e com renda familiar limitada, a buscar a ajuda oferecida pela equipe de voluntários associados ao China no enfrentamento desta crise.
“A fome não espera, o orgulho mata. Isso aí, se Deus quiser, já acabou gente, vai passar. É só cada um pensar com a sua fé, apesar de Deus ser um só. Que Deus abençoe”. Disse o mestre que é um dos ícones do carnaval brasileiro, e que também foi agraciado pela ação de responsabilidade social.

Este é o povo do samba que desfila em Ritmo Solidário e supera a cada dia as adversidades da vida com a mesma simpatia dos momentos de folião que tem orgulho de suas histórias, memórias e vitórias.

Por :Nayra Cezari
FOTOS:0031.715 RJ Sandra Cristina (SandraZayres)

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