SINOPSE DIFÍCIL É O NOME
Enredo : IdeALICE – O Maravilhoso Mundo dos Sonhos
A história de Alice no País das Maravilhas originou-se em 1862, quando Carroll fazia um passeio de barco no rio Tâmisa com sua amiga Alice Pleasance Liddell e as suas duas irmãs. Ele começou a contar uma história que deu origem à atual, sobre uma menina chamada Alice que ia parar num mundo fantástico após cair numa toca de um coelho. A Alice da vida real gostou tanto da história que pediu que Carroll a escrevesse.
Ambos os livros infantis de Carroll (Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho e o que ela encontrou por lá) contêm inúmeros problemas de matemática e lógica ocultos no seu texto. Em Alice no país das maravilhas, a personagem Alice entra em uma toca atrás de um coelho falante e cai em um mundo fantástico e fantasioso. Muitos enigmas contidos em suas obras são quase que imperceptíveis para os leitores atuais.
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Difícil é o Nome, orgulhosamente apresenta como tema de seu Carnaval 2016 o enredo: “IdeALICE – O Maravilhoso Mundo dos Sonhos” de autoria dos Carnavalescos Rodrigo Marques e Guilherme Diniz.
Sinopse
O começo dessa história,
Vou contar, está na hora!
Idealizo-me, saio da mesmice
Afinal, sou Alice.
Lá vem um coelho, por sinal muito atrasado,
Acabou me levando para esse mundo encantado.
Dois irmãos, quanta discórdia…
Mais uma briga, misericórdia!
Óh! Que beleza é sentir a natureza,
Posso ver com clareza.
Borboletas pelo ar, voam sem parar.
Cogumelos gigantes, que visão fascinante.
Tudo posso aprender com as flores,
Sobretudo aquelas em botão,
Quem aspira seu aroma,
Sente o bater do coração.
– Quem é você? Perguntou-me a Lagarta.
– Não sei muito bem, estou ficando farta.
– Você está se transformando…
Em breve saberá o que o futuro está guardando. Completa a Lagarta.
Caminho pelo anonimato,
Até encontrar um Gato.
– Você pode me dizer como faço para sair daqui?
– Depende muito de onde você quer ir. Respondeu-me o Gato de Chesire.
Passo a passo, vejo a Lebre de Março
– Que loucura… Me escute!
– Eu não posso… não se assuste. Diz a Lebre
Fui em frente, não entendi, logo saberia o que existia por ali.
Que estranho esse sonho, outras vezes até medonho.
– Qual a semelhança entre o corvo e a escrivaninha? Pergunta o Chapeleiro Maluco
– Não sei… O que é?
– Boa pergunta! Também quero descobrir. Completa o Chapeleiro.
Que absurdo e sem sentido a resposta para este enigma.
Será que existe outra saída?
O pior estava por vir…
“Tudo é diferente, eu não quero estar aqui”.
Ao caminhar pela trilha, logo fui advertida.
– Identifique-se. Bravejou o Guarda
– Sou Alice e esse sonho é meu. Saia daqui.
Foi necessário correr e muitos passos percorrer.
Então, um grito ecoa pelo ar:
– CORTEM-LHE A CABEÇA!!!!
Era a tal Rainha de Copas, ao lado de suas tropas.
Caminhando com a Nobreza, exaltando sua “desbeleza”, viu uma Flor de Lis…
Eis que surge um bobo:
– Aqui está minha cabeça, Vossa Majestade.
– Não tenhas trabalho…
Só não troque alho por bugalho. Completa o Bobo da Corte
“Vossa Majestade?” Que nada.
O bobo nem sequer a conhecia…
À galope no horizonte surgia…
A bela e branca Rainha.
Essa “estória” muito inspirou…
Quem tanto interpretou, se idealizou.
Quem tanto traduziu, também ali se viu.
Assim, essa obra evoluiu…
Através do espelho, me encontrei.
Numa era vitoriana, eu vivi.
Meu idealizador também desenhou…
E ao meu mundo encantou.
Para muitos faço parte do non-sense.
Para outros, contribuo…
Na Literatura Gótica, me incluo…
Lewis Carroll, eu concluo:
Difícil é o meu nome…
Foi preciso construir minha identidade,
Caminhando com liberdade,
Faço parte da sociedade.
Idealizo-me, saio da mesmice
Afinal, sou Alice…
(Alice, Rio de Janeiro, Carnaval 2016).
Glossário:
IdeALICE = Idealizar + Alice
Desbeleza = Ausência de beleza
Nonsense = Sem (non) sentido (sense)
Estória = Conotativo de história, aplicável na época da obra
RODRIGO MARQUES E GUILHERME DINIZ
CARNAVALESCOS