É NESTA QUINTA-FEIRA: SIMONE LIAL LANÇA PRIMEIRO CD COM SHOW NO TEATRO SOLAR DE BOTAFOGO

Simone Lial

apresenta

“O Amor Daqui de Casa”

 

Cantora lança primeiro cd solo com show no  Teatro Solar de Botafogo

 

Nesta quinta-feira, dia 12 de dezembro, a partir das  21h, a carioca Simone Lial apresenta o show de lançamento de seu primeiro cd solo, “O amor daqui de casa”, no  Teatro Solar de Botafogo,que fica  R. General Polidoro, 180,Botafogo.

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Gravado em 2011, produzido e dirigido por Fernando Brandão, o cd com 14 faixas é “uma coletânea de música e de vida”, como a própria Simone define. O repertório revela preciosidades ecléticas, de autores inéditos e pouco conhecidos, garimpadas num longo processo de escolha. A cantora também assina duas músicas: ‘Palha de Aço” (em parceria com Rui Aragão) e “O amor daqui de casa” (com Fernando Brandão e Chico Alves), canção que dá nome ao cd.

 

Nascida em Ramos, freqüentadora do tradicionalíssimo bloco Cacique de Ramos desde a infância, a artista carrega a música no sangue: é neta e bisneta de músicos. Sua mãe, Mary Lial, aos 14 anos cantava o repertório de Angela Maria nas rodas de violeiros, em Brás de Pina, subúrbio carioca. Mais tarde, ninava a filha ao som da tradicional marchinha “Bandeira Branca”.

 

Duarte e Amara, tios e padrinhos de Simone, foram os fundadores do projeto de seresta dançante, Coroa de Ramos, que fez história na Associação Atlética de Ramos. Celeiro de pés de valsa, o Coroa foi sensação e grande sucesso no início dos anos 70, bem na infância da cantora aqui em questão. Foi lá que o prestigiado coreógrafo Carlinhos de Jesus começou a dançar.

 

Não podia dar em outra coisa. A menina criada entre blocos e serestas cresceu e aos 20 e poucos anos, já se apresentava pela primeira vez no Arco da Velha, uma casa de samba na Lapa. Isto, muito antes do bairro se tornar o corredor cultural de hoje. “A música foi tomando conta da minha vida, assim como uma melodia que vai chegando aos poucos e, quando me dei conta, já fazia parte de mim” – relembra.

 

Em 1998, Simone fez o show “O tempo que o samba viver“, em homenagem aos vinte anos da morte do mestre Candeia, no Café Teatro de Arena. No mesmo ano, montou o grupo Goiabada Cascão, corresponsável pelo processo de revitalização da Lapa e reintegração do samba à cena musical. O grupo ganhou projeção e fez shows em diversos espaços alternativos da cidade, como o Emporium 100 (uma das casas pioneiras da Lapa), o Espaço Bananeiras e o Carioca da Gema, entre tantos outros.

 

Muitos trabalhos vieram em seguida com outras formações e participações, em casas conceituadas no circuito carioca, como o Circo Voador, Studio RJ, Trapiche Gamboa, Teatro Odisséia, Centro Cultural Carioca, Rio Scenarium e SESC. Destaque para as apresentações com o Garrafieira, o Mulato Velho e a ótima Orquestra Criôla, da qual a cantora ainda é integrante. Inclusive, gravou recentemente uma faixa para o cd autoral da Orquestra, batizado de “Subúrbio Bossa Nova”, com o soprista Humberto Araújo.

 

A cantora também participou do cd “É Batata!”, lançado pela CCC Discos, do grupo Tio Samba (do qual Simone era integrante), em homenagem a Carmem Miranda. Este trabalho deixou o grupo entre os três finalistas do Prêmio da Música Brasileira, em 2011, na categoria ‘Melhor Grupo de Samba’.

 

“A música atravessou gerações pra me encontrar e eu me encontro na música em cada canção. Cada palavra, cada som carrega um pouco da minha história”, emociona-se.

 

A cantora será acompanhada pelos músicos Fernando Brandão (violão, cavaquinho e guitarra), Flavio Santos(bateria), Felipe Tauil (percussão), Jefferson Lescowich (baixo, contrabaixo acústico e elétrico), Misael da Hora (piano e teclados) e Whatson Cardozo (sopros). Aleh Valença assina a direção geral.

 

 

Confira abaixo o texto de apresentação do cd, escrito pelo jornalista e crítico musical, João Pimentel:

 

“Sou livre quando me enxergo”. Assim Simone Lial termina seu texto de agradecimento do CD “O amor daqui de casa”. Sou testemunha ocular, auditiva, sensitiva, íntima da transformação da cantora que, nesse caso, não pode ser desassociada do ser humano. Posso falar porque conheço a cantora antes dela se saber cantora, desde antes dela “se enxergar”. E conheço essa figura deliciosa desde sempre.

E a briga pela própria liberdade, pela beleza e por um caminho à parte do estabelecido cobrou o seu preço, apresentou seus obstáculos, mas só fez com que a sua força, o seu talento e o seu canto surgissem como algo natural, indomável: “Devagar vou te mostrando toda a minha imensidão/ É que debaixo dessa neve tem um enorme vulcão”. Os versos de “Vulcão” Ruy Aragão apresentam de forma definitiva nossa Simone. Ruy, por sinal é seu parceiro em “Palha de aço”. Aliás, grata surpresa, para mim, conhecer o lado compositora da cantora.

Simone Lial teve a enorme sensibilidade de buscar a sua identidade na contramão das vias lógicas do mercado. Estava no samba muito antes dele tornar-se obrigação entre as cantoras surgidas após o advento da revitalização da Lapa. Cantou e ainda canta muito no bairro boêmio, e o samba é uma de suas referências, mas não a única. Longe disso, suas matrizes são diversas. Ela pisa forte no terreiro em “Alujah de Xangô”, de Zé Paulo Becker e Edu Krieger; está na canção brasileira na comovente “O amor daqui de casa”, de sua autoria com Chico Alves e Fernando Brandão; flerta com a Bossa Nova em “Morena”, de Maurício Coutinho, autor também de “Ela e o coração”.

A cantora investe em novos compositores, abrindo um generoso e merecido caminho com sua voz que derruba prateleiras, que “ataca de zarabatana… com seu bote de suçuarana”. Simone Lial é “Caninana”, “cobra criada” do samba de Marco Pinheiro e Chico Alves. Pedro Moraes, um dos mais inventivos compositores da atualidade, surge com a ótima “Marcela”. Leo Stefano assina três músicas: a valsa “Nó na pele”; a ótima “Pactum” e a suingada “Dançarinhou”.

Do grande Trio Calafrio, formado por Luiz Grande, Barbeirinho do Jacarezinho e Marquinhos Diniz, ela reinventa “Pouco importa a tranca”. De uma das mais profícuas duplas de compositores da atualidade, Tuninho Galante e Marceu Vieira, ela canta o sincretismo em “Fé brasileira”. Já o grande sambista de Botafogo, Zorba Devagar, contemporâneo de feras como Walter Alfaiate, Mauro Duarte e Mical, ressurge na parceria de “Duro na queda”, com Fernando Brandão e Chico Alves.

Enfim, em seu “O amor daqui de casa”, Simone Lial dá seu grito de liberdade não apenas por “se enxergar”, mas por enxergar o mundo e a música ao seu redor de uma maneira ímpar, delicada e sem amarras. Então vamos à casa e aos amores de Simone.

Por João Pimentel

 

 

Serviço:

 

Simone Lial em “O amor daqui de casa”

 

Data: 12 de dezembro de 2013, quinta-feira

Horário: 21h

 

Local: Teatro Solar de Botafogo

Endereço: R. General Polidoro, 180

Botafogo – Rio de Janeiro (RJ)

Tel: (21) 2543-5411

 

Ingressos: R$ 50 inteira

R$ 25 meia entrada

Lista amiga: meia entrada aos primeiros 50 que enviarem e-mail para musicanosolar@gmail.com

 

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Classificação: 16 anos

 

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